Por Diogo Catão – CEO Dome Ventures
As cidades inteligentes (Smart Cities) visam dar respostas às necessidades sociais e econômicas da população para melhorar a eficiência operacional, compartilhar informações com o público e melhorar a qualidade do serviço governamental e bem-estar do cidadão. Isso tudo, em diversas camadas que precisam ser atingidas para que se possa alcançar os resultados esperados.
Existem indicadores que estão sendo construídos para avaliar o nível de inteligência dos municípios e saber quais deles se encaixam como cidades inteligentes. Isso varia de país a país, mas de uma forma geral o que faz a cidade ser inteligente é a questão de governança, administração pública, planejamento urbano, tecnologia, meio ambiente, conexões internacionais, coesão social, de capital humano e claro, a economia.
Então, são avaliadas todas essas dimensões e no final uma pontuação é dada para classificar se a cidade atingiu um indicador satisfatório e analisar se aquela é, de fato, uma smart city.
As cidades inteligentes facilitam a vida em sociedade e a gestão pública como um todo, melhorando, desde a qualidade do serviço na área governamental, o bem-estar do cidadão até a eficiência operacional das medidas implementadas.
Essas ações visam trazer diversas vantagens, a exemplo de semáforos conectados que recebem dados de sensores, de ambulâncias e carros, para ajustar a cadência; sensores instalados para monitorar esgotos, o índice das chuvas e de alagamentos; latas de lixo inteligentes que enviam dados, automaticamente, para as empresas gerenciarem a coleta dos resíduos e agendá-la no período adequado.
A questão das cidades inteligentes também está vinculada a uma cidade sustentável, então elas são projetadas pensando nos impactos socioambientais positivos que podem gerar, cuidando sempre dos recursos naturais do planeta.
E como as govtechs podem ajudar na construção de cidades inteligentes?
Essas startups, que criam soluções para o setor público, atuam facilitando os processos de administração governamental e trazem novas soluções para transformar os meios de se organizar as ações necessárias para servir a população. É papel dos governos estarem atentos às demandas sociais e nada mais eficiente do que se valer da tecnologia e soluções inovadoras para a solução desses problemas.
Quando se fala em cidades inteligentes, principalmente no cenário brasileiro, existem alguns pilares estratégicos que as startups govtechs devem estar focando: a questão governamental, gestão e planejamento, instituição, cidadão e infraestrutura urbana. São tópicos basilares para a construção das smart cities.
Em curto prazo, podemos esperar um caminho em que as govtechs tenham como objetivo tornar as atividades do município mais práticas, rápidas e seguras, beneficiando toda a população. De uma forma mais abrangente, as govtechs podem ajudar de maneira imediata nas áreas de segurança, governança, saúde, economia, saneamento e mobilidade.
Nessas vertentes, soluções estão sendo desenvolvidas e aperfeiçoadas para gerar cada vez mais uma governança digital descentralizada, em que o governo atue em parceria com as govtechs.
Já quando se fala em longo prazo, enxergamos a jornada para criar cidades cada vez mais sustentáveis, mais combativas à corrupção, na resolução de problemas socioambientais e de eficiência fiscal, transparência, além de toda a questão de transformação urbanística e tecnológica.
A legislação vem avançando bastante, principalmente com o marco legal de startups. Esse marco criou o Contrato Público de Solução Inovadora (CPSI), que facilita que as soluções govtech avancem de maneira bastante efetiva, com um desenvolvimento de tecnologias que visam melhorar as cidades inteligentes.
O cenário é bastante promissor e podemos esperar muitas soluções inovadoras para transformar a vida nas nossas cidades nos próximos anos.
Artigo originalmente publicado em coluna no portal Startupi, no dia 14/04/2022: https://startupi.com.br/2022/05/o-papel-das-govtechs-na-construcao-de-cidades-inteligentes/