Dome Ventures

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Por Diogo Catão – CEO Dome Ventures

Quando se fala em uma perspectiva mundial, o investimento em empreender é visto com muita importância, tanto no setor público como no setor privado. No Brasil, não é diferente. O desenvolvimento da área necessita tanto de iniciativas privadas quanto de políticas públicas para incentivar empresas a ousarem e apostarem em inovação. Assim, essas companhias podem estimular a criação de outras soluções.  

Esse é o ciclo ideal de evolução e competitividade que o nosso país precisa. A importância do investimento em inovação é, principalmente, gerar competição empresarial a nível regional, nacional e internacional.  

O setor público deve fomentar esse ecossistema para que surjam sempre novos empreendedores, novas startups e novas soluções que otimizem a sociedade. Destaco que, quanto maior o risco, mais a iniciativa privada tende a se afastar, por isso o setor público deve realizar uma subversão econômica, suprindo esse recuo do setor privado.  

Há diversas áreas que precisam de investimentos e que o setor privado não atende. Sendo assim, as políticas públicas e o investimento do governo na área são primordiais para o arrojo do empreendedorismo, da inovação e da tecnologia. 

Uma sondagem realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), ao longo de 2020, mostrou que 90% das empresas não usam recursos do setor público. Ou seja, muitos investimentos em startups são viabilizados pela iniciativa privada. Apenas 10% dos empreendedores utilizam financiamento público, de pesquisa e desenvolvimento, que geralmente está associado à Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), ao Ministério da Ciência e Tecnologia, entre outros meios. 

Papéis dos setores público e privado

Por isso, a importância do setor privado é enorme dentro do ecossistema, inclusive para custear o risco tecnológico que o empreendedor não conseguiria arcar sozinho. Esse investimento pode acontecer de duas maneiras: de forma direta, de pessoa física para empresa, e de forma indireta, por meio de venture capital e private equity – empresas constituídas por investidores que injetam volumes maiores nas organizações para que possam crescer de forma sustentável.  

Já o setor público proporciona o crescimento da economia por meio da disponibilização de recursos de forma eficiente e estruturada, para que o empreendedor possa investir na sua capacidade produtiva visando ao desenvolvimento da sociedade como um todo, à redução da desigualdade, ao bem-estar, sempre por meio das linhas de pesquisa e de desenvolvimento. Aqui a inovação no setor de negócios e no setor social são as principais vantagens envolvidas.  

Uma govtech que presta solução para uma prefeitura, por exemplo, beneficia a sociedade por meio de uma gestão mais ágil, favorecendo principalmente o atendimento. Já as soluções que buscam melhorar o acesso à saúde e à educação, abordar a desigualdade de gênero, os impactos ambientais, entre outros pontos, tendem a trabalhar de forma mais direta no foco social. 

Fato é: o Brasil precisa investir nesses dois âmbitos para que cada vez mais a sociedade ganhe com soluções tecnológicas aplicáveis e replicáveis. 

Artigo originalmente publicado em coluna do Startups.com.br, no dia 05/12/2022: https://startups.com.br/artigo/investimentos-em-inovacao-movimentam-a-economia/

Por Diogo Catão – CEO Dome Ventures

Para entrar no mercado, uma startup precisa seguir três passos. O primeiro é identificar uma dor que determinado segmento vivencia. Essa dor, sobretudo, não deve ser atendida ou correspondida em sua plenitude. Ou seja, há lacunas que sua companhia pode preencher.

O segundo ponto é compreender o tamanho da área de atuação. Atualmente, há setores que movimentam milhões e até bilhões de reais. Analise os players que atendem a esse campo, direta e indiretamente, e compreenda como desempenhar a solução da melhor e mais completa maneira.

Tudo isso já traça os caminhos para a terceira etapa: identifique o seu principal diferencial competitivo. A partir disso, faça seu MVP (Mínimo Produto Viável) para validar a solução conforme a necessidade do mercado.

Uma startup precisa crescer rápido e aumentar seus ganhos, por isso, definir um valuation certeiro é de extrema importância. Isso porque a empresa está dentro de uma trilha de investimento, portanto é necessário aumentar proporcionalmente sua estrutura, com impacto mínimo nos custos e nas despesas. Para crescer dentro dessa perspectiva, é preciso captar recursos de terceiros. Esses investimentos devem ser validados e podem vir de duas iniciativas: a pública e a privada.

Com o valuation bem estipulado, o investidor sabe o quanto pagar por um percentual da sua startup. Além disso, demonstra alto nível de maturidade, ou seja, conclui-se que o CEO tem conhecimento pleno sobre a empresa. Esse valor só tende a crescer de acordo com o nível de desenvolvimento da startup, da entrega do time e do progresso da solução.

Existem diferentes métodos para calcular o valor de uma startup. Quando está nos primeiros passos, apenas validando a solução, há o método Berkus, por exemplo. Trata-se de uma avaliação qualitativa que analisa o potencial de mercado das startups, entre outras variáveis que não se voltam necessariamente ao faturamento.

Agora, quando a solução já está faturando, existem outros métodos viáveis, como avaliar o faturamento dos últimos 12 meses, o fluxo de caixa descontado, os múltiplos de mercado, entre outros.

Atualmente, as empresas de tecnologia listadas no Ibovespa estão relativamente com desconto. Isso impacta o valuation de startups. Porém, é importante destacar que os investimentos do tipo são em médio e longo prazo. Sendo assim, o impacto é reduzido quando comparado com as empresas de tecnologia que estão na bolsa e contam com liquidez diária.

Independente do nível em que a startup se encontra, parcerias são importantes e, no caso de empresas emergentes, são vitais. Isso porque em uma jornada a longo prazo, pessoas com potenciais de gerar conexões precisam estar por perto. Sendo assim, a união de agentes fomentadores do empreendedorismo e da inovação, tanto na esfera pública quanto privada, ajuda a destravar etapas burocráticas.

Uma Corporate Venture Builder, por exemplo, potencializa o desenvolvimento econômico da startup. Nesse ecossistema de inovação, há apoio jurídico, comercial, de estruturação, contato com players, investidores etc. Trata-se de um suporte que pode ser decisivo para o sucesso do negócio.

Diante disso tudo, definir o valuation é mais uma etapa crucial que pode ajudar a reconhecer e defender a capacidade da solução e da startup como um todo. Vale lembrar que o cenário das empresas jovens, inovadoras e disruptivas é promissor, com perspectivas de crescimento em diversas esferas para 2023. Portanto, sempre é válido se aprimorar e conhecer o seu valor cada vez mais.

Artigo originalmente publicado em coluna do Startupi, no dia 12/01/2023: https://startupi.com.br/como-uma-startup-deve-calcular-seu-valor/

Por Diogo Catão – CEO Dome Ventures e Gabriela Rollemberg – Co-Founder Dome Ventures

O lançamento da CPIN é uma grande vitória do setor, após diversos avanços na área, como o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, a Nova Lei de Licitações e o Marco Legal das Startups. Trata-se de um excelente instrumento de grande amparo para acabar com o receio da gestão pública de investir em startups, a começar por sua reputação. 

A plataforma é obra de órgãos e instituições respeitáveis, de grande credibilidade e respaldo: da Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, por meio da parceria entre o Tribunal de Contas da União, o Ministério da Economia e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Também conta com o vital apoio do Instituto Tellus, uma organização de renome do terceiro setor. 

Outro ponto positivo da CPIN é seu esquema visual prático e intuitivo. A plataforma integra um passo a passo para orientar o gestor público na execução das contratações inovadoras, que variam de acordo com cada situação. 

Muitas vezes, os gestores públicos não estão cientes das melhores ações e tomadas de decisão ao investirem em inovação. Nesse sentido, a plataforma traz todo o caminho para incentivar o setor. Tudo de forma simples e interativa, em etapas, com práticas essenciais para a escolha das melhores soluções digitais e estratégias. Busca-se direcionar a gestão da maneira mais assertiva para contratar e executar as inovações com um nível de transparência altíssimo. 

Ao acessar a plataforma, a Jornada de Compras Públicas para Inovação começa pela Trilha do Planejamento. Primeiramente, são mapeados os problemas para o gestor escolher o desafio, ou seja, o que ele precisa resolver. Escolhido o desafio, é preciso descrevê-lo. Após essa etapa, acontece o mapeamento de mercado e a decisão sobre contratar a inovação. Todas essas fases são de fácil acesso e compreensão. 

A CPIN disponibiliza ainda a matriz de análise do instrumento de contratação, que permite visualizar cada caminho, com as opções de contratação: encomenda tecnológica, diálogo competitivo, concurso ou contrato público. É muita informação de qualidade, isto é, jogar com as peças certas. Uma ferramenta que traz outra perspectiva para um futuro conectado entre as startups e a gestão pública, em prol de melhorar a vida da população. 

A plataforma da CPIN tem tudo para se tornar referência. É inovadora, interativa e didática, com uma biblioteca virtual para acessar documentos e conteúdos relacionados. Essa tecnologia chega para aclarar o tema para as gestões públicas e aumentar os investimentos em soluções digitais e inovação, em busca de um futuro cada vez mais justo e moderno para todo o país. 

Por fim, é necessário definir a forma mais adequada de contratar a inovação, outra grande sacada da CPIN. A plataforma direciona para um quiz do Instrumento da Contratação para Inovação. Cada instrumento conta com uma trilha diferente com passos e orientações para a contratação e, ao final do questionário, são exibidas as conclusões e análises, facilitando a escolha do gestor. 

Em novembro, foi lançada uma plataforma que pode ser o porto seguro que faltava para o setor público investir mais em soluções inovadoras: a CPIN (Compras Públicas para Inovação). Essa novidade tem tudo para impulsionar startups, govtechs e smart cities. A ferramenta promete reduzir a dificuldade de executar as soluções digitais e os seus processos. Além disso, traz as diretrizes e os caminhos para solucionar problemas. 

Artigo originalmente publicado em coluna no portal Jornal Alô Brasília, no dia 06/02/2023: https://alo.com.br/cpin-da-a-seguranca-e-o-caminho-para-investir-mais-em-solucoes-inovadoras/

Por Gabriela Rollemberg – Co-Founder Dome Ventures

Cofundadora e conselheira da Dome Ventures, Gabriela Rollemberg apostou em inovação como ferramenta estratégia para ampliar a voz de mulheres e agentes do poder público

O que os direitos humanos têm a ver com inovação? A trajetória da conselheira e cofundadora da Dome Ventures é uma intersecção entre esses dois conceitos. Aos 39 anos, Gabriela Rollemberg tem uma história de luta pelos direitos das mulheres. Formada em direito e ciências políticas, a executiva é especializada na defesa de agentes públicos e políticos, bem como idealizadora do projeto Quero Você Eleita, um laboratório de inovação política para potencializar candidaturas e mandatos femininos, criado em 2020.

Nesta jornada, Gabriela descobriu o potencial da tecnologia para impulsionar suas atividades e conseguiu unir os mundos pelos quais se interessa: mulheres, política e inovação, trazendo ferramentas estratégicas para ampliar a voz das causas.

Os direitos humanos dizem respeito a todos os aspectos de nossas vidas e se aplicam tanto offline quanto online. Neste sentido, a conselheira da Dome percebeu logo cedo os desafios de ser mulher em um universo corporativo, bem como no ambiente de profissionais de tecnologia. Com atuação especializada em Tribunais Superiores, tem seu próprio escritório de advocacia há mais de 10 anos, onde atua fortemente em direito eleitoral. Em 2021, essa nova rede de relacionamentos trouxe a oportunidade de participar da fundação da Dome Ventures, a primeira corporate venture builder de tecnologia para governos do Brasil.

Mãe de um menino de 5 anos, Gabriela conta que sua vida pessoal e profissional se transformou após o nascimento de Rafael. Acostumada a dedicar a maior parte do seu tempo ao trabalho, ela descobriu a importância de se dedicar a si mesma e escolher projetos com propósitos.

Na Dome, a executiva conseguiu emplacar projetos e impulsionar startups que contribuem para a transformação digital da gestão pública, potencializando a utilização dos recursos públicos, trazendo transparência, sustentabilidade, e a possibilidade de, por meio de soluções de tecnologia, contribuir para que os governos alcancem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Formada pela Universidade de Brasília (UnB), uma das mais prestigiadas faculdades públicas do país, Gabriela conta que os estudos a fizeram perceber seus privilégios como branca e advinda de boa base familiar, mas que também entendeu as desvantagens de ser mulher, especialmente em espaços de poder. “Ao me aprofundar na temática da participação das mulheres no mundo público e corporativo, passei a me dar conta das situações de assédio, de desvalor, de desrespeito e de apropriação de conhecimento que passei. Isso me motivou a participar de coletivos que têm como propósito construir uma rede de apoio entre advogadas sócias de escritórios de modo a potencializar todas que fazem parte do grupo.”

Hoje, no conselho da Dome, pode atuar com times jovens, tecnologias que promovem inclusão e, acima de tudo, novas perspectivas de ideias. “Em uma empresa inovadora, os conceitos também são inovadores. Trabalhamos com sonhos e, principalmente, pela democratização do acesso à tecnologia e serviços de ponta para toda a população”, finaliza ela.

Por Diogo Catão – CEO Dome Ventures

O ano de 2022 está se encerrando, e, em partes, ele superou as expectativas criadas em torno da economia, tendo contado com uma boa aceleração no primeiro e no segundo trimestres do ano. Inclusive, a expectativa era que o PIB, inicialmente, chegasse a 0,6% de crescimento anual, e, logo depois, essa expectativa foi reajustada para próximo dos 3% pela própria Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Já no terceiro trimestre, houve uma pequena desaceleração, mas ainda com crescimento, e espera-se que no quarto trimestre de 2022 se contabilize um pouco mais de desaceleração, estabilizando um crescimento próximo a 3%, 3,5% do PIB nacional.

Economia 2023: dicas para empreendedores crescerem no próximo ano

O primeiro ponto é em relação às taxas de juros básicos. Há uma grande probabilidade de que elas se mantenham altas até meados de 2023. Essa elevação pode se estender até o final do ano, muito em virtude das incertezas em torno da política orçamentária, que pode perturbar os mercados financeiros e acabar obrigando o Banco Central a mantê-las por mais tempo.

Isso pesa no crescimento econômico, porque altas taxas de juros dificultam bastante a solicitação de empréstimo dos empresários para financiar seus projetos. Então, a primeira dica é ter um caixa próprio para financiar os planos de crescimento e inovação.

O segundo ponto diz respeito à inflação. Ela deu uma ligeira reduzida no final de 2022, muito por causa do preço dos combustíveis, que têm uma forte influência no IPCA, mas isso não teve tanto impacto nos bens industriais e nos demais setores de serviços. De toda forma, também é sempre importante ficar atento a essa questão, tendo em vista que alguns setores são mais atingidos que outros, em razão desse alto valor do IPCA.

O terceiro ponto é sempre investir em inovação. Isso envolve investimentos de risco mais elevado, claro, mas com taxas de retorno muito maiores que a média também. A recomendação é investir com processos e métodos, para realmente mitigar o risco que a própria inovação por si só já tem por visar setores e áreas que ainda não foram muito bem trabalhados na economia.

Com a previsibilidade de uma taxa alta de juros, o setor bancário é um dos fortes candidatos a se manter em alto crescimento, porque são bastante favorecidos com a elevação da taxa. Falando economicamente da nova política, os setores de artistas vão ser beneficiados pelas políticas públicas, e é possível que o setor público também seja mais encorajado a ter os reajustes que, por alguns anos, não foram atendidos.

Então, o setor público, a classe artística e, do ponto de vista econômico, o setor bancário, que empresta dinheiro a juros altos, provavelmente vão ser mais beneficiados em 2023.

Por Diogo Catão – CEO Dome Ventures

De acordo com um estudo do programa de apoio à transformação digital do setor público na Universidade de Cambridge, empreendedores latino-americanos de tecnologia estão pouco conectados ao poder público. Uma das principais causas é o fato de que, historicamente, governos locais tendem a favorecer grandes empresas – uma abordagem que repele grupos jovens, como as startups, e favorece a corrupção. Além disso, os processos burocráticos desestimulam a busca de parcerias com governos.

Uma pesquisa realizada pelo Global Entrepreneurship Monitor, em 2017, confirma a análise. Hoje, apenas 12% da atividade empreendedora na América Latina foca no setor público, no serviço social ou em setores correlatos – índice inferior a quase todas as outras regiões do globo.

A questão é que, em uma sociedade 5.0, não é mais possível fugir da inovação para garantir processos mais ágeis e transparentes na área. Para isso, é necessário naturalizar a abordagem baseada no modelo de ecossistema, bem como a colaboração entre as corporações, trocando o que há de melhor entre as partes para a construção de ofertas aderentes, interessantes e eficazes a fim de atrair estados, prefeituras etc.

Estimular a criação de uma comunidade de stakeholders comprometidos com a digitalização do setor público é fundamental para essa virada. Só assim será possível permitir o fluxo de ideias, conhecimento, produtos e serviços entre fornecedores inovadores e governos.

É preciso reunir pessoas e instituições em torno de uma ideia central: construir uma agenda para transformar o Brasil em um país digital. A crescente aplicação de novas tecnologias como blockchain, inteligência artificial e robótica tem possibilitado, ao redor do mundo, maior eficiência e transparência na realização de políticas públicas e na relação entre governos e cidadãos. Alinhadas com as necessidades de cada governo, essas tecnologias se tornam importantes ferramentas para a redução de burocracias e melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Dentro dessa estratégia, as venture builders podem acelerar o processo de identificação de oportunidades e fazer a conexão entre as startups e os governos, mostrando o caminho das pedras para os atores envolvidos. É da natureza das startups começarem com uma boa ideia e equipe enxuta. No início, poucos são os seus recursos e a estrutura é mínima para desenvolverem produtos e negócios. Com as govtechs, ainda existem algumas particularidades, como a questão da compra pública, que se dá por meio de licitação. Devido a esse elemento, o caminho dessas startups precisa ser bem pensado e auxiliado por especialistas na área governamental, e é justamente esse o papel de uma venture builder: potencializar suas vantagens, dar visibilidade e proporcionar benefícios para alcançar o setor público e a população de modo geral.

A vantagem principal de uma govtech para o mercado e para a gestão pública é o ganho mútuo, tanto para o governo como para a sociedade. Com essas startups, é possível fomentar a existência de um governo mais aberto, 100% digital e transparente para a população. Por meio da tecnologia, por exemplo, pode-se reduzir o uso de papel, diminuir a emissão de carbono, deixar a economia mais sustentável e as cidades mais inteligentes – o que beneficia o cidadão, a gestão pública e o mercado.

No cenário internacional, uma pesquisa feita pela base de dados global Nebula, administrada pela StateUp, aponta que o setor govtech pode alcançar US$ 1 trilhão no mundo até 2025. Hoje, o mercado vale em torno de US$ 400 bilhões a US$ 500 bilhões. Ou seja, em curto espaço de tempo a estimativa é que esse número possa crescer muito. O que diz bastante sobre o desenvolvimento do setor em nível internacional.

Já no Brasil, o meio govtech ainda necessita de mais olhares para o seu desenvolvimento. Infelizmente, há pouca pesquisa e dados relevantes por aqui. Os números estão desatualizados, já que é um mercado em constante crescimento e transformação. Se a gente for analisar o número, friamente, apenas 80 govtechs têm atuação mais relevante no país, de acordo com relatório feito pelo BrazilLAB e CAF (2020), o que pode ser considerado baixo.

No entanto, podemos afirmar que há um interesse cada vez maior de startups se tornarem govtechs e criarem soluções voltadas para o governo. O cenário hoje já é muito positivo. É importante focar em fazer mudanças legislativas, culturais e investir na promoção da pauta como aliada para o setor público resolver seus problemas. Assim, é possível aproveitar todo o potencial que esse novo modelo de negócio pode trazer para todas as esferas da sociedade.

Artigo originalmente publicado em coluna no portal Startupi, no dia 04/10/2022 – https://startupi.com.br/como-incentivar-a-criacao-de-govtechs/

Por Diogo Catão – CEO Dome Ventures

Uma Venture Builder Govtech atua como sócia estratégica das startups em diversas frentes: com metodologia de buildagem própria (no caso em questão, focada em soluções para o setor público); inteligência de mercado; desenvolvimento estratégico e vendas; auxílio nos processos administrativos; mentoria; e apoio na captação de investimentos.

Tudo isso com o propósito de provocar uma transformação digital nas instituições públicas. É da natureza das startups começar com uma boa ideia e uma equipe enxuta. No início, poucos são os recursos e mínima é a estrutura para desenvolver o produto e os negócios.

Com as govtechs ainda existem algumas particularidades, como a questão da compra pública, que se dá por meio de licitação. Por causa desse elemento, o caminho dessas startups precisa ser bem pensado e auxiliado por especialistas na área governamental, e é justamente esse o papel de uma venture builder. Potencializar suas vantagens, dar visibilidade a elas e proporcionar que seus benefícios alcancem o setor público e a população de um modo geral é a missão.

A vantagem principal de uma startup govtech para o mercado e para a gestão pública é o ganho mútuo: tanto para o governo como para a sociedade. Com as govtechs, é possível um governo mais aberto, 100% digital e transparente para a população.

Por meio da tecnologia, por exemplo, é possível reduzir o uso de papel a quase zero, diminuir a emissão de carbono, deixar a economia mais sustentável e as cidades mais inteligentes – o que beneficia o cidadão, a gestão pública e o mercado.

No cenário internacional, é possível afirmar que o setor govtech pode alcançar 1 trilhão de dólares no mundo até 2025. Esses dados são de pesquisa feita pela base de dados global Nebula, administrada pela StateUp. Hoje, o mercado vale em torno de 400 bilhões a 500 bilhões de dólares. Ou seja, em um curto espaço de tempo, a estimativa é que esse número possa crescer muito. Isso diz bastante sobre o desenvolvimento do setor govtech a nível internacional.

Já no Brasil, o meio govtech ainda necessita de mais olhares para o seu desenvolvimento. Infelizmente, há pouca pesquisa e poucos dados relevantes sobre as govtechs no Brasil. Eles estão desatualizados, já que é um mercado em constante crescimento e transformação.

Um dos maiores players do mercado govtech do Brasil, a BrazilLAB, publicou, em conjunto com o CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), um relatório sobre “As startups govtech e o futuro do governo no Brasil”. Porém, o levantamento foi publicado em 2020 e o cenário já mudou bastante de lá pra cá.

Sobre os resultados que as govtechs mostram no mercado, ainda não é possível mapear de maneira precisa, já que são empresas de capital privado que não estão na bolsa de valores. Porém, é possível perceber que novos canais de acesso estão disponíveis, que as empresas estão numa crescente e utilizam novas ferramentas, como o Marco Legal das Startups. Os meios tradicionais de contratação estão a pleno vapor, dando uma esfriada no segundo semestre devido, principalmente, ao período eleitoral.

Temos alguns bons cases brasileiros no cenário govtech, como a ESIG Group, que criou o sistema SIGAA, presente em mais de 30 universidades públicas no país; o Gesuas, que desenvolveu um prontuário online para assistência social e ficou em primeiro lugar no Ranking 100 Open Startups; e a 1Doc, que, com a proposta de reduzir o gasto com papel, já tem mais de 500 clientes espalhados pelo Brasil, entre prefeituras e órgãos públicos.

É possível notar que há um interesse cada vez maior em startups se tornarem govtechs e criarem soluções voltadas para o governo. Uma venture builder que é focada em govtech tem todo o know-how necessário para uma startup conduzir esse processo de transição, trazendo suas soluções, antes oferecidas apenas para o mercado B2B, também para o B2G. Assim, é possível ser otimista com essa transformação digital.

Vamos observar os próximos anos e ficar atentos para os grandes avanços do setor govtech e o que de mais relevante essas startups vão proporcionar para a gestão pública e para a sociedade.

Artigo originalmente publicado em coluna no portal Startupi, no dia 24/07/2022: https://startupi.com.br/govtech-venture-building/

Por Diogo Catão – CEO Dome Ventures

A digitalização dos processos, o armazenamento em nuvem e o desenvolvimento de ferramentas como a Internet das Coisas, fazem com que, cada vez mais, as empresas precisem armazenar, em servidores, seus dados e de seus consumidores. Mediante aos avanços da digitalização, o debate acerca da proteção de dados e informações ganhou mais notoriedade, e com isso a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) foi implementada para estabelecer um padrão nas normas de segurança.

A cibersegurança nada mais é do que uma proteção de sistemas de computador contra roubo, danos ou acesso indevido. Não só a parte de dados como a questão de hardware, tudo que possa causar interrupção ou entrada indevida de usuários. É uma temática extremamente importante, porque é lei, então devemos cumprir pela boa execução dela.

Ao se atacar o site de um órgão ou entidade pública muitos riscos vêm à tona. Afinal, é extremamente delicada a questão de ter acesso a um banco de dados com uma infinidade de informações que podem levar a diversos crimes: coleta de dados para um ataque direcionado a uma pessoa, utilização desses dados para enganar empresas, fazer extorsões ou abrir contas em outros bancos. Tudo depende do intuito do invasor, por isso é necessário ter bastante cuidado em relação a vazamentos, como exposição de dados sensíveis que podem ser utilizados para comercialização no mercado da deep web ou em alguma ação relacionada.

Invadir um site ou órgão público com o qual se difere politicamente também pode ser um pretexto. Isso, geralmente, se dá com equipes de profissionais que são extremamente qualificados para fazer ataques sem deixar rastros.

Ademais, precisamos nos proteger de difamações, ameaças tecnológicas, que são os próprios vírus, bugs, defeitos técnicos de invasão na web, sabotagens, fraudes de próprio erro humano ou um descuido e senhas compartilhadas.

Tudo que mencionei até agora é num contexto geral. Colocando em foco as govtechs, startups que têm como propósito gerar inovação para a gestão pública, possivelmente sejam mais atrativas aos hackers por conterem dados extremamente sensíveis, como os oriundos da declaração do Imposto de Renda. Assim como dados de bancos, empresas de sistema financeiro, que tratam com essa sensibilidade, as govtechs têm dados do governo também, que podem ser comercializados e, dessa maneira, prejudicar pessoas, empresas e até mesmo os próprios órgãos públicos.

Para evitar isso, é preciso adotar controles físicos, tecnológicos e humanos personalizados que viabilizem a administração dos riscos e criem um nível de segurança adequado ao negócio, à instituição pública. É difícil, mas não é impossível evitar os ataques cibernéticos. Adotar medidas como realizar um mapeamento, uma matriz de risco e identificar o que se pode fazer; criar objetivos de segurança; garantir a consistência de dados, prevenindo a criação não autorizada e alteração de instituição de dados; garantir a legitimidade dos usuários e tantas outras formas são viáveis.

Investir nessas áreas é o caminho que vai garantir a confidencialidade, integridade, disponibilidade, autenticidade e a legalidade, pilares da segurança da informação na sua empresa, seja ela uma govtech, ou não.

Por Diogo Catão – CEO Dome Ventures

Segundo pesquisa do BrazilLAB, existem ao menos 135 startups que podem ser enquadradas como govtechs nos critérios do estudo; 80 delas são consideradas mais relevantes porque já estão inseridas em algum governo ou se mantêm desenvolvendo trabalhos em determinado órgão de maneira recorrente. 

Com esse movimento, percebemos uma tendência na descentralização da governança nas instituições públicas. Essa ação se revelará ainda mais com a participação ativa de startups, instituições e demais setores nas tomadas de decisões. Não à toa, um estudo da ABStartups mostrou que, das 13 mil startups estimadas no ecossistema brasileiro, quando questionadas sobre o público-alvo que buscam alcançar, 31 se denominam como empresas B2G/B2Gov e 9 sinalizam interesse em trabalhar com o governo.

Para os investidores, o desenvolvimento e progresso dessas empresas se refletem tanto no retorno econômico, com a geração de impacto social, como também no retorno do investimento financeiro, com potencial de alcançar faturamentos elevados. Isso faz com que esses players continuem investindo e fomentando novas ideias, gerando um ciclo virtuoso.

Em médio prazo, as govtechs que já possuem soluções desenvolvidas, podem aplicá-las visando o benefício da população de um município, ou de qualquer outro órgão público. Essas startups devem promover serviços essenciais, melhorando a qualidade de vida, o bem-estar e/ou a saúde da sociedade. 

Sob o ponto de vista de quem empreende e cria uma govtech, encontram-se diversas oportunidades no segmento, ao passo que se constatar obstruções, pode enfrentá-las criando um campo de novas metodologias e oportunidades. Consequentemente, essas ações irão gerar mais oportunidades de negócios para impactar o setor público e a população.

Para quem tem interesse na criação de uma govtech, deve-se levar em consideração os mesmos passos para desenvolver qualquer empresa. Mas ressalto aqui três dicas importantes:  

1 – A percepção dos problemas e a identificação de qual tecnologia pode colaborar para uma  solução. A diferença é que essa percepção deve ser direcionada à esfera pública (municipal, estadual ou federal);

2 – Estar presente nos desafios que são lançados constantemente pelo próprio poder público. Assim, é possível conseguir as primeiras validações da solução, como também apurar se aquilo que o founder pensou, de fato, é relevante e tem capacidade de gerar valor para o setor e a sociedade;

3 – Por fim, é importante se conectar com parceiros estratégicos do próprio segmento, como incubadoras, govtechs, venture builders ou aceleradoras que atuam no desenvolvimento do mercado. Em conjunto com esses parceiros, a nova govtech pode replicar a solução em outros municípios ou estados para se desenvolver, crescer e escalar. 

Criar uma govtech envolve uma vantagem principal: o mercado em expansão à frente, com muito a ser explorado e recursos financeiros. Entretanto, para uma startup desse segmento se tornar relevante, é necessário validar se o problema encontrado é compartilhado por diversos municípios e/ou estados. Ou seja, é preciso constatar que a sua solução é replicável em diversos cenários.

Por fim, meu principal conselho para quem deseja ingressar nesse ecossistema: não tenha medo de inovar. O setor govtech é um mercado em ascensão que precisa de novas soluções. As esferas públicas demandam soluções tecnológicas, mas principalmente, a sociedade necessita de agentes transformadores que promovam bem-estar, serviços de qualidade e afastem a burocracia do caminho.

Artigo originalmente publicado em coluna no portal Startupi, no dia 24/07/2022: https://startupi.com.br/inovacao-sem-medo-tres-dicas-para-criar-uma-startup-govtech/

Por Diogo Catão – CEO Dome Ventures

Os Investor Days são eventos completos que unem empresas com potenciais investidores e formadores de opinião, como jornalistas e analistas do segmento, com o objetivo de criar conexões e apresentar e conhecer produtos, serviços e soluções do mercado. 

Pensando em eventos dessa categoria sob o viés de startups, eles são a oportunidade perfeita para que o CEO, ou outro profissional envolvido, apresente a empresa e mostre seus pontos fortes e diferenciais para possíveis investidores, em um formato rápido e dinâmico. 

Um Investor Day é importante para todos os envolvidos. Para os investidores, é a oportunidade de conhecer novas possibilidades de negócios, examinar minuciosamente cada aspecto daquela oportunidade, tirar dúvidas e fazer networking com os profissionais envolvidos naquela solução, dali já podendo obter um acordo entre as partes e gerar uma sociedade lucrativa. É válido lembrar que o desenvolvimento das startups e o progresso delas refletem no retorno do investimento, fazendo com que esses players continuem investindo e fomentando novas ideias, o que gera um ciclo virtuoso.

3º Investor Day Govtech-04

Do ponto de vista da startup, o evento coloca sua solução à prova. No Investor Day, é possível avaliar a importância da sua solução, ouvir críticas, sugestões e comentários sobre como é possível otimizar seu negócio, gerar networking com players do mercado e, principalmente, encontrar investidores que vão atribuir capital na empresa.  

Puxando para o lado das venture builders, o encontro vai além. É possível contar com a inteligência estratégica de experts do setor e de investidores para atrair startups com potencial para o portfólio, além de despertar novos olhares do mercado, gerar buzz e aproximar novos interessados em fazer aportes na empresa. Como cereja do bolo, a conferência chama a atenção e o interesse de stakeholders – ou seja, um público qualificado e impactado pelas ações da sua empresa. Por exemplo, setores atrelados ao governo, se for uma govtech, ou à saúde, no caso das healthtechs, ou à agricultura, para as agritechs, e assim por diante.

Os benefícios dos Investor Days são enormes e podem reverberar em curto, médio e longo prazo. Em um cenário próximo, é possível atrair investidores para as startups participantes do evento, que terão a oportunidade de aprimorar o próprio negócio. Pensando em médio prazo, essas startups, uma vez com uma solução desenvolvida, podem aplicar as alternativas encontradas e beneficiar a população de um município, por exemplo, se for uma govtech. Por fim, ela pode fazer da sua solução um serviço essencial, melhorando a qualidade de vida, o bem-estar e/ou a saúde da população, em um longo período. 

Terceiro Investor Day Govtech

Vejo os Investor Days como caleidoscópios: é possível ver uma solução por diferentes perspectivas. Afinal, a ideia é que em eventos como esses participem experts de setores variados e que essas pessoas tragam consigo visões e percepções de outros aspectos do negócio, além de sugestões e provocações que podem despertar ideias e novos caminhos para as startups, estimulando o pensamento crítico e a criatividade – características fundamentais em empreendedores.

Artigo originalmente publicado em coluna no portal Startupi, no dia 24/06/2022: https://startupi.com.br/2022/06/cultura-investor-day-por-que-promover-eventos-de-captacao-de-startups/