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Artigo | Inovação no segmento universitário: por onde começar?

Por Diogo Catão – CEO Dome Ventures

No período de 2001 a 2010, o número de universitários no país deu um salto, e continua crescendo. De acordo com a Associação Brasileira de Estágios (ABRES), atualmente os estudantes somam mais de 8,7 milhões, sendo mola mestra para o futuro.

Transformação e inovação são palavras de ordem no meio universitário. Além da absorção do conhecimento teórico, na vida acadêmica os estudantes precisam desenvolver habilidades e competências que vão ser usadas no seu futuro. É preciso expandir os horizontes e ter uma visão mais ampla, pois o mercado de trabalho está cada vez mais acirrado e inovar pode ser o ponto de partida.

Voltando duas casas, eu diria que esse ponto de partida deveria começar antes mesmo da universidade. O ensino de programação e bases de tecnologia nas escolas é um ponto muito pertinente nos tempos atuais. Hoje, as crianças já nascem e crescem imersas aos meios virtuais e digitais, rodeadas por inúmeros aparatos tecnológicos. Por ter se tornado tema tão relevante na vida das pessoas como um todo, atingindo desde a esfera profissional até a pessoal, acredito que se mostre disciplina indispensável para a matriz curricular das escolas, tendo sempre respeito aos níveis e ritmos das crianças. Mas o contato da criança com a tecnologia se dá desde nova.

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Quanto mais cedo a criança tiver contato com essa matéria, para entender as dinâmicas dos algoritmos e o que há por trás do funcionamento da tecnologia, mais ela se prepara para um futuro bem próximo. O mercado de trabalho tem uma demanda enorme para essa área, que não consegue suprir.

Hoje, nós conseguimos ver pessoas programando independentemente da área em que atuam – médicos, engenheiros, advogados, gestores etc. É como se a tecnologia passasse a ser um setor transversal a todos os outros. Porém, é importante lembrar que isso depende muito do acesso de cada pessoa, do poder aquisitivo das escolas e da capacidade para manter os recursos tecnológicos necessários para o ensino. Por isso, essa deve ser questão essencial a ser trabalhada pelos governos, através de projetos, políticas públicas e reformas.

Voltando às universidades, as formas de aplicação do conhecimento adquirido na academia são múltiplas, já que é possível empreender dentro da área, transformar sua ideia em uma solução real para a sociedade, entre outros. A educação é um ponto de partida para proporcionar uma base para o desenvolvimento pessoal e profissional dos estudantes e a inovação está diretamente ligada à educação.

Independente de qual caminho o estudante resolver seguir, possuir conhecimento sobre os processos de inovação vão lhe conferir habilidades e noções para ter um diferencial na carreira, pois, cada vez mais, o mercado de trabalho tem cobrado expertises diversas e novidades tecnológicas que surgem aos montes com uma velocidade altíssima. É importante antecipar esses movimentos e aprender os processos necessários para estar preparado para os inúmeros caminhos desconhecidos que podem surgir pela frente e que vão requisitar não só conhecimento na bagagem, mas inovação dentro do que se tem, diante do cenário apresentado.

Embora a teoria seja importante, a parte prática da inovação vem conforme o desenvolvimento da carreira. Durante o curso, os alunos podem ter contato com disciplinas de inovação, conforme a grade curricular, mas é fundamental para os estudantes se prepararem para os principais desafios que vão enfrentar ao longo de sua trajetória, principalmente no início, seja qual for a área. São incontáveis as soluções inovadoras que surgem por ano e que ajudam no desenvolvimento da carreira e na rotina de trabalho de cada profissional.

O mercado de trabalho busca profissionais cada vez mais plurais e a inovação ajuda no desenvolvimento das competências buscadas, como habilidades com softwares específicos para as tarefas, conhecimento básico em programação, capacitação em metodologias ágeis, novos modelos de negócios, aplicações móveis etc.

Cada área tem suas particularidades, mas aqui podemos mencionar, também, algumas inovações que estão bem presentes nas rotinas das empresas e órgãos públicos: ferramentas de gestão de processos e projetos para profissionais de marketing, recursos humanos e escritórios de uma forma geral; plataformas de gestão financeira, que ajudam os profissionais administrativos a não deixarem passar nenhuma informação relevante na hora de compras e pagamentos; softwares de força de vendas para equipes comerciais; plataformas de educação online, que transformou a forma de se transmitir conhecimento; equipamentos de última geração para as áreas de TI, fotografia, vídeo, design, entre outros. São incontáveis as soluções inovadoras que surgem por ano e que ajudam no desenvolvimento da carreira e na rotina de trabalho de cada profissional.

Além do que, algumas habilidades inovadoras não são técnicas, mas comportamentais e emocionais, muito necessárias no perfil do profissional, as chamadas soft skills. Com o seu desenvolvimento, é possível aumentar a produtividade de um time, reduzir custos com rotatividade no quadro de trabalhadores, evitar conflitos e melhorar o clima organizacional. Algumas delas são: inteligência emocional, autogerenciamento, gestão de tempo, capacidade para resolução de problemas, boa comunicação e relacionamento interpessoal, pensamento crítico, perfil analítico, entre outras.

Em resumo, o ambiente acadêmico dá as ferramentas necessárias para o início do desenvolvimento profissional da pessoa. Com as bases para a inovação formadas, os horizontes se expandem para novas oportunidades. A inovação traz oportunidades de desenvolvimento pessoal: estímulo à criatividade, iniciativa, networking e gestão de recursos. Incentivar a geração de novas ideias e uma mudança de atitude e de hábitos para a entrega de resultados ainda melhores é quase uma regra para o futuro do trabalho. Profissionais que tenham amadurecido suas soft skills terão destaque.

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Na esfera empresarial, a inovação traz muitas possibilidades quando falamos de desenvolvimento de novos produtos e serviços. Também ajuda a promover novos modelos de negócios e melhora os processos para tornar mais fácil a vida dos trabalhadores.

Já na esfera pública, temos vários desafios para enfrentar, a exemplo de pressões fiscais contínuas, expectativas sociais crescentes, questões de políticas públicas mais complexas, então, há necessidade crucial de aumentar o nível de inovação no setor público e gerar mais soluções para as demandas da sociedade. A tecnologia é uma grande aliada nesse processo e pode ajudar, como vêm fazendo as govtechs (startups focadas no setor público), por exemplo.

Em paralelo, um caminho de inovação é o do empreendedorismo. Empreender é praticável em todas as áreas de estudo. Aliando criatividade, espírito transformador, tecnologia e conhecimento técnico, é possível desenvolver novos serviços e produtos inovadores dentro de cada nicho, e isso pode ser desenvolvido e passado à teoria em sala de aula, mas nem todos os alunos absorvem ou têm esse perfil. A inovação tem o potencial de abrir portas que podem ser transformadoras para o futuro, basta ir atrás.

Artigo originalmente publicado em coluna no portal Ser Universitário, no dia 22/03/2022: https://seruniversitario.com.br/mercado-trabalho/inovacao-no-segmento-universitario-por-onde-comecar

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